
LOC.: O aumento do IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras, continua gerando forte reação no setor produtivo. Especialistas alertam que a medida, anunciada pelo governo no fim de maio, pode afetar diretamente o crédito, os investimentos e o consumo — e deve pesar ainda mais para as pequenas e médias empresas.
Os decretos nº 12.466 e 12.467, que já estão em vigor, aumentaram a tributação sobre operações de crédito, câmbio e previdência privada. E o anúncio foi feito de forma repentina, sem diálogo com o Congresso ou com representantes do setor empresarial.
Para a professora Virgínia Pinheiro, da Universidade São Judas Tadeu, a medida traz incertezas e desestimula a atividade econômica. Segundo ela, os efeitos são sentidos desde os planejamentos operacionais até operações do dia a dia, como compras no cartão de crédito e débito.
TEC/SONORA: Virgínia Pinheiro, mestre em Controladoria e Contabilidade Estratégica e docente da Universidade São Judas Tadeu
“Uma operação de crédito mais cara desestimula a demanda por capital e, por consequência, também inibe investimentos privados, desestimula o consumo, impactando diretamente nessas operações.”
LOC.: Segundo analistas da XP Investimentos, o efeito prático do aumento do IOF equivale a uma elevação de até 0,5 ponto percentual na taxa Selic — a taxa básica de juros do país. Na prática, isso significa crédito mais caro, menos consumo e menor estímulo à economia.
A elevação do IOF deve impactar de forma mais intensa as empresas de menor porte, como os microempreendedores individuais (MEIs) e optantes pelo Simples Nacional. A professora Virgínia destaca que a mudança interfere diretamente em toda a estrutura de crédito.
TEC/SONORA: Virgínia Pinheiro, mestre em Controladoria e Contabilidade Estratégica e docente da Universidade São Judas Tadeu
“Por exemplo, pequenas empresas de cooperativas de crédito agora terão taxação. Assim também como operações de cartão de crédito, de débito, no contexto internacional, também com alterações de aumento da taxa do IOF, portanto resulta-se em impactos significativos.”
LOC.: Diante da pressão, o governo sinalizou que pode rever a decisão. Uma reunião entre o Ministério da Fazenda e líderes do Congresso está marcada para este domingo. Enquanto isso, as novas alíquotas do IOF seguem valendo.
Reportagem, Livia Braz