
LOC.: Sancionada em junho de 1993, a Lei de Licitações (8.666), que estabelece normas gerais sobre contratos istrativos de obras, serviços e compras por parte da União, estados, Distrito Federal e municípios, será modernizada. Isso porque o PL 1292/95, em tramitação há 24 anos na Câmara dos Deputados, teve o texto-base aprovado em junho. A expectativa, agora, é que os deputados terminem a análise dos últimos quatro destaques até terça-feira (17). Como houve alteração na redação original, a proposta volta a ser submetida à apreciação do Senado.
Entre as principais medidas da nova lei, está a extinção das modalidades convite e tomada de preços, além da criação de outras categorias de contratos. Segundo Wellington Fagundes, consultor legislativo da Câmara dos Deputados, o convite foi excluído porque era comum o registro de fraudes.
A novidade no texto é o “diálogo competitivo”, que já é utilizado em licitações nos Estados Unidos e na Europa. O órgão de controle externo do processo poderá acompanhar e monitorar os diálogos competitivos, opinando sobre a legalidade, legitimidade e economicidade da licitação antes mesmo de fechar contrato.
Fagundes reforça que a nova lei de licitações traz um “importantíssimo avanço no sentido de toda a contratação ser eletrônica”.
TEC./SONORA: Wellington Fagundes, consultor legislativo da Câmara dos Deputados
“Apenas em casos extremos de inviabilidade técnica, de não haver sistema é que se permitiria uma licitação presencial. Com isso, a gente ganha na transparência, no controle social, à medida que todas os processos de todas as modalidades ocorrem de modo eletrônico.”
LOC.: Outra mudança prevista no texto é que o poderá contar com a inversão de fases, em que primeiro serão julgadas as propostas dos licitantes e somente depois serão cobrados os documentos de habilitação do vencedor.
Antônio Acioly, coordenador jurídico da UGP Brasil – empresa que presta consultoria em licitações e contratos - avalia que a mudança na legislação gera interesse e boas expectativa para o mercado.
TEC./SONORA: Antônio Acioly, coordenador jurídico da UGP Brasil
“São novas sistemáticas que trazem maior eficiência e que estimulam a empresa a participar dos processos licitatórios. Nós percebemos que, para as micro e pequenas empresas, há um interesse em participar das licitações públicas, por conta da transparência, afinal o Estado é o maior comprador do Brasil.”
LOC.: Apoiador da medida, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) defende que o texto seja aprovado com urgência no Congresso Nacional.
TEC./SONORA: Marcelo Ramos, deputado federal (PL-AM)
“A modernidade exige uma adequação da legislação. Os ajustes feitos muito precisamente visam desburocratizar os processos de compra na istração pública.”
LOC.: O deputado federal Vermelho (PSD-PR), apresentou 12 emendas ao PL 1292/95. Destas, sete foram aprovadas.
TEC./SONORA: Vermelho, deputado federal (PSD-PR)
“São emendas que fortalecem a lei de licitações, simplificam, avançam tecnologicamente a licitação, abre um espaço maior até para dispensa de licitação. Ela avança e moderniza bastante.”
LOC.: O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (Republicanos-SP), aprovou uma emenda para que a empresa contratada divulgue em seu próprio site os detalhes do contrato de licitação.
TEC./SONORA: Marcos Pereira, deputado federal (Republicanos-SP)
“O objetivo é dar maior transparência à relação público-privada, especialmente nesses contratos que foram submetidos ao processo licitatório.”
LOC.: A Câmara dos Deputados precisa aprovar ainda quatro destaques. A previsão é de que, até o final da próxima semana, o projeto já esteja sob análise Senado Federal. Se for aprovado pelos senadores, o projeto seguirá para sanção presidencial.
Reportagem, Sara Rodrigues